sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Acabou o encanto: torcida chama time de sem vergonha e xinga Pelaipe

Lua de mel entre Fla e Maracanã chega ao fim com muitas vaias, protestos contra diretor executivo e cobranças de raça durante 4 a 2 para o Furacão.

O início avassalador, com 2 a 0 em oito minutos e chances desperdiçadas em série, até dava a entender que o Rio de Janeiro continuaria a ser a válvula de escape rubro-negra na campanha ruim no Brasileirão. Até então, eram dez pontos conquistados em 12 disputados. A reação do Furacão, com amplo domínio, no entanto, expôs a fragilidade do time de Mano Menezes e deixou claro que só o apoio da torcida não será suficiente para manter a equipe longe da zona de rebaixamento.
Apático, o Flamengo foi dominado no segundo tempo e acabou com a paciência do torcedor. Como já tinha acontecido mais timidamente em outros jogos, Carlos Eduardo foi o primeiro alvo. Ao errar passe no meio-campo, deu início a uma vaia quase que uníssona vinda das arquibancadas a cada toque na bola e que ganhou volume ao ser substituído por Adryan. No setor das organizadas, um grupo tentou amenizar e gritou o nome do meia. Minutos depois, Rafinha também saiu numa mistura de reações, entre vaias e aplausos, para a entrada de Nixon.
As mudanças não surtiram efeito, e o que já era ruim com o 2 a 2 passou a ficar muito pior. Adryan errou passe na intermediária e o Furacão virou com Marcelo. Foi a deixa para que o volume dos protestos das arquibancadas aumentasse, e muito. A primeira vítima foi o próprio Adryan, que substituiu Cadu também nas vaias. As críticas, porém, afetaram o time todo. Em um primeiro instante, o grito foi "queremos raça", que logo deu lugar ao "vergonha, time sem vergonha".
A esta altura, boa parte dos torcedores localizados nas cadeiras especiais já deixava o Maracanã e muitos nem viram o quarto gol paranaense, marcado por Roger. Já o restante dos rubro-negros tirou o foco do elenco e passou a questionar o diretor executivo, Paulo Pelaipe, com "Ei, Pelaipe, vai tomar..." e "Pelaipe, vai se f..., o meu Flamengo não precisa de você".
Há dez dias, após a derrota por 1 a 0 para o Cruzeiro, no Mineirão, o dirigente já tinha sido alvo de manifestação no Aeroporto Santos Dumont - uma semana antes, um grupo menor tentou fazer o mesmo por conta do 4 a 0 sofrido para o Corinthians, mas não encontrou nenhum membro da diretoria. Já na terça-feira, dia 10, o protesto foi na Gávea e atingiu toda a cúpula. Além de Pelaipe, o vice de futebol Wallim Vasconcellos também foi alvo e acusado de manipular o presidente Eduardo Bandeira de Mello.
A situação, inclusive, fez com que a diretoria se reunisse com chefes de torcidas organizadas, na Gávea, horas antes da partida com o Santos - há uma semana - para colocar panos quentes na situação. O Flamengo venceu o Peixe, empatou com a Ponte e tudo caminhava para dias de paz até os oito minutos do primeiro tempo da partida com o Furacão. A partir daí, a coisa desandou, o "amor acabou" e as fortes vaias ao apito final no Maracanã deixaram claro a insatisfação das arquibancadas.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário