Conflitos entre dirigentes, maus resultados e torcida insatisfeita marcam o início da caminhada; Conquista do 2º turno foi o melhor momento do Leão.
Quando viu o time ser eliminado da Copa do Nordeste pelo Campinense, a
diretoria do Sport teve uma certeza: o grupo precisava de ajustes.
Certos de que atletas considerados caros como Hugo, Cicinho e Felipe
Menezes não rendiam o esperado, o então vice-presidente de futebol,
Milton Bivar anunciou que o clube faria dispensas. Ideia prontamente
negada pelo presidente, Luciano Bivar, que fez questão de convocar uma
coletiva para destacar o seu apoio irrestrito ao elenco. A divergência
provocou o pedido de demissão de toda a diretoria de futebol e foi com a
política abalada que o Rubro-negro iniciou o Pernambucano.
Com os bastidores em turbulência, o técnico Vadão sabia que precisava
vencer para seguir no cargo. Porém, a estreia contra o Salgueiro deixou
claro que a continuidade do treinador era inviável. Derrota para o
Carcará por 2 a 1 e crise. Na sequência, duas vitórias para Serra
Talhada e Central, mas o empate contra o Pesqueira, na Ilha do Retiro,
eliminou as chances do técnico de permanecer na Ilha. Demissão e aposta
em um nome que era unanimidade entre os torcedores: Sérgio Guedes.
Embalado pelo apoio da torcida, o treinador conseguiu ajustar o time. No
entanto, o equilíbrio dentro de campo não conseguiu evitar algumas
mazelas dos bastidores. Ainda insatisfeito por ser considerado
dispensável, o meio-campo Hugo pediu para ser transferido para o Goiás.
Para piorar, o treinador perdeu o atacante Roger, que quebrou um osso do
pé direito.
Oportunidade para jovens talentos
Tentando repor as peças, o Sport investiu na política do bom e barato.
No meio de campo, o jovem Lucas Lima, que chegou ao clube após uma
passagem sem muitas oportunidades pelo Internacional, foi o escolhido
para assumir a responsabilidade de ser o “maestro do time”. Já para o
ataque, Mateus Lima, que veio como aposta, e Érico Júnior, das
categorias de base, ganharam oportunidade.
Apesar de desconhecidos, os jogadores conseguiram ajudar o clube a
conquistar o primeiro lugar do segundo turno. Mas, se nas quatro linhas o
Sport parecia engrenar, nos bastidores a situação não era a mesma.
Insatisfeito pela reserva, o atacante Marcos Aurélio reclamou
publicamente por não ter participado do primeiro jogo da semifinal
contra o Ypiranga. Tentando minimizar o fato, Sérgio Guedes optou por
colocá-lo entre os titulares e, para não provocar mais insatisfação,
Felipe Menezes, que também não tinha espaço acabou sendo improvisado no
ataque.
A tática deu certo contra a Máquina de Costura mas, quando encarou o
Santa Cruz na final, o esquema com quatro jogadores ofensivos - Marcos
Aurélio, Lucas Lima, Felipe Menezes e Felipe Azevedo - mostrou-se
ineficiente. Com dois volantes, Sérgio Guedes deixou exposta a lateral
direita. Cicinho não conseguia seguir o ritmo dos adversários e sofreu
para compor o sistema defensivo.
Sem tempo para mudar e com poucas peças de reposição, Sérgio Guedes
lamentou a postura do time após o primeiro jogo da final. Mesmo assim,
manteve a confiança em uma reviravolta. Porém, como na Copa do Nordeste,
o time não mostrou força suficiente e acabou sucumbindo dentro de casa,
pela terceira vez consecutiva, diante o Santa Cruz.
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