No último treino na escola de Educação Física do exército, Felipão bota a mão na massa: carrega cones, tabela com atletas, e é elogiado como comandante.
O cenário para o treino da seleção brasileira não poderia ser mais
bonito: a praia do Forte, montanhas, o Pão de Açúcar, e a escola de
Educação Física do exército. Os militares acompanharam de perto a
atividade comandada por Luiz Felipe Scolari,
e aprovaram seu método. O técnico meteu a mão na massa. Comandou,
orientou, carregou cones, distribuiu coletes, e até correu atrás dos
atletas. Ganhou elogios até do major.
- Ele exerce uma liderança, trata a todos da mesma forma, não tem um
que é estrela ou diferente. Ele tem essa função de gerenciar um grupo, e
faz isso muito bem. Acho que ele vai conseguir formar uma nova família
Scolari - analisou o major Viveiros, que deu até uma patente a Felipão:
- Ele é nosso comandante (risos).
O gaúcho iniciou o treino com estilo mineiro. Quietinho, no canto,
apenas observou o aquecimento e os testes físicos comandados por Paulo
Paixão. Enquanto isso, conversou longamente com o coordenador Carlos
Alberto Parreira, e depois com o auxiliar Murtosa. Tudo mudou quando
Felipão descruzou os braços e distribuiu os coletes. Foram várias
intervenções no campo reduzido. Os volantes Fernando e Paulinho foram os
que mais ouviram orientações.
Com auxílio dos goleiros, principalmente o alto tom de voz de Julio
César, o comandante Scolari cobrou que os atacantes abrissem o jogo
pelas laterais. Por outro lado, exigiu compactação dos zagueiros com o
meio-campo.
Em seguida, utilizando todo o gramado, quase se transformou em mais um
jogador. Com uma bola na mão, correu junto com Hernanes na saída de
jogo. Pediu dinâmica, velocidade. E lembrou os antigos militares do
local.
- Se você entrar num desses prédios, no nosso museu, vai encontrar um
monte de gente igual a ele - brincou Roni, um dos responsáveis pela
comunicação do local.
Em frente ao campo onde a seleção brasileira treinou fica o prédio
fundado na década de 1930 por Getúlio Vargas. Ali se formou a primeira
turma de Educação Física do Brasil, sem falar em militares de países
vizinhos que cursavam na escola do Rio de Janeiro. Bem próximo a ele, na
linha de fundo, Felipão quase se encostou nas traves no ato final do
treino, de fundamentos: cruzamentos e finalizações.
O técnico chamou atenção de Hernanes e, com as mãos, ensinou o jeito
certo de bater na bola. Logo em seguida, usou pela enésima vez seu apito
e interrompeu a atividade quando Marcelo recebeu um passe completamente
torto. Tudo isso observado por Parreira, sentado num banco na linha de
fundo.
Mas quem pensa que Felipão é só broncas, está enganado. Ao menos é o que jura o major Viveiros, seu novo fã.
- Ele até brinca com a gente, cumprimenta a todos, fala do cabelão do
Marcelo. Disse que ele vai ser preso aqui no exército (risos). Deixou
uma imagem bem diferente daquela que ele tinha no início da carreira, de
ser durão. Ele sabe comandar.
Prova disso foi a gargalhada em meio ao grupo, que aplaudiu quando o
goleiro Jefferson se sentou ao lado de Julio César, e encerrou os chutes
a gol. Em seguida ele brincou com Parreira, que discursou, e se
esqueceu de entregar a camisa da Seleção ao general Brasil.
O treino desta quinta foi o último da seleção brasileira no local, ao menos nessa fase de preparação para a Copa das Confederações. Na sexta-feira a atividade será feita na Gávea. No sábado, a delegação vai reconhecer o Maracanã para o jogo de domingo contra a Inglaterra, e na segunda-feira embarca para Goiânia. Os militares vão sentir saudade do comandante Scolari.
O treino desta quinta foi o último da seleção brasileira no local, ao menos nessa fase de preparação para a Copa das Confederações. Na sexta-feira a atividade será feita na Gávea. No sábado, a delegação vai reconhecer o Maracanã para o jogo de domingo contra a Inglaterra, e na segunda-feira embarca para Goiânia. Os militares vão sentir saudade do comandante Scolari.
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