Na despedida do craque contratado pelo Barcelona, rubro-negros dominam a
partida no Mané Garrincha, mas param nas mãos do goleiro Rafael.
A estreia de Flamengo e Santos no Campeonato Brasileiro de 2013 ficou em
segundo plano. Todos os olhos no estádio Mané Garrincha, em Brasília,
estavam voltados para um jogador, fosse para torcer por mais um
espetáculo em sua despedida ou para que a festa do adeus acabasse
frustrada. Neymar encerrou o suspense na noite de sábado ao anunciar em
redes sociais que jogará no Barcelona. Mas não mostrou, neste domingo, o
motivo de ter sido disputado pelos dois gigantes espanhóis. Em vez da
estrela, apagada, um placar sem brilho: 0 a 0, no qual o astro foi o
goleiro Rafael. O atacante diz até breve, pois ainda participará de dois
amistosos entre santistas e catalães como parte do pagamento por sua
transferência, além da Copa das Confederações, que começa no dia 15 de
junho, no Brasil.
- É uma grande satisfação, uma grande honra, ter passado por esse time
maravilhoso que é o Santos. Jogar com Messi, Xavi, Iniesta e Dani Alves
será uma honra muito grande. Ele (Dani Alves) foi o cara que mais me
encheu o saco, no bom sentido, claro. A torcida do Santos é a que sempre
torceu de verdade para mim. Só tenho a agradecer e dizer até logo -
disse Neymar, que chorou na momento da execução do hino nacional, antes
da partida.
O Flamengo teve apoio da grande maioria dos 63.501 torcedores, esteve
mais perto da vitória, criou seis chances reais de gol, mas esbarrou em
Rafael e na falta de pontaria de seus jogadores. Léo Moura saiu de campo
lamentando o empate:
- Quantas oportunidades nós perdemos... Agora é trabalhar para o próximo jogo, que temos condições de vencer.
Na próxima rodada, o Santos, já sem Neymar, enfrenta o Botafogo no
Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. O Flamengo pega a Ponte Preta em
Juiz de Fora. Ambos os jogos serão na quarta-feira.
O jogo no Mané Garrincha registrou a maior renda - em números absolutos
- da história do futebol brasileiro, com R$ 6.948.710. Fora do estádio,
antes da partida, houve filas. Torcedores aguardaram pelo menos 50
minutos para entrar no estádio, que ainda tinha muitos lugares vazios
minutos antes de a bola rolar. Depois, os espaços foram quase todos
preenchidos.
Centro das atenções, Neymar foi vítima de provocações. Um rubro-negro
levou um cartaz com sua namorada, a atriz Bruna Marquezine, de biquíni
do Flamengo - ela é torcedora do clube carioca. Durante o jogo, o craque
recebeu vaias de parte dos torcedores em qualquer tentativa de jogada
sem sucesso: pareceu não se incomodar, mas também não produziu a ponto
de calar a arquibancada.
Neymar é vigiado de perto
O Santos mostrou maior ímpeto ofensivo nos minutos iniciais. Neymar foi
tão marcado que perdeu bola até para Rafinha. Mas o Flamengo logo
acordou, e o jogo deu sinais de que seria lá e cá. No entanto, o toque
de bola santista não funcionava, e o time pouco incomodava a defesa
rubro-negra. O Flamengo, por sua vez, parou nas mãos de Rafael, como em
conclusão de Rafinha aos 11.
O lance empolgou o time da Gávea, que teve outra boa chance, agora com
Gabriel. A estratégia era atrair o Santos e partir em contra-ataque, mas
esbarrava na cautela dos paulistas. Sem espaço, Neymar recuava demais
para buscar jogo. As principais emoções ficaram guardadas para os
minutos finais da etapa, sobretudo em lance em que Hernane, sozinho,
preferiu o passe para Gabriel, que demorou e foi desarmado por Galhardo.
Mais chances perdidas pelos rubro-negros
A etapa final começou em ritmo mais veloz, e com estreia no ataque
rubro-negro. Jorginho sacou Hernane, que deixou o gramado sem chutar a
gol, e lançou o boliviano Marcelo Moreno. Ele até balançou a rede, mas
viu seu gol ser anulado corretamente por impedimento. Neymar por pouco
não teve sua chance aos seis minutos, em jogada de Henrique pela
esquerda que Felipe conseguiu cortar antes que a bola chegasse. A
marcação sobre o craque continuava firme: a essa altura da partida, ele
havia recebido sete das 12 faltas cometidas pelo Flamengo.
Muricy então também mudou o seu ataque: sacou Henrique e lançou
Gabigol, de 16 anos, curiosamente a mesma idade com que Neymar estreou
entre os profissionais. Mas foi o Flamengo de novo quem teve chance de
abrir o placar, porém Durval cortou toque de cobertura de Gabriel.
Jorginho pôs em campo Carlos Eduardo - que perdeu a camisa 10 para
Gabriel - no lugar de Luiz Antonio. Elias passou a atuar como primeiro
volante, e Renato Abreu como segundo. Rafael voltou a salvar o Santos
aos 32, em conclusão de Moreno após boa tabela em velocidade de Moreno e
Rafinha. Logo depois, Carlos Eduardo finalizou por cima, praticamente
com o gol vazio. Jorginho fez sua última substituição, trocando Gabriel
pelo também estreante Paulinho no ataque. Nada que mudasse o panorama e o
resultado. Na despedida do maior craque que surgiu no Brasil nos
últimos anos, um placar triste como a notícia de seu adeus. A camisa do
segundo tempo da despedida ficou com o zagueiro Renato Santos.
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