A histórica vitória do Brasil sobre a Espanha na final da Copa das
Confederações começou a ser desenhada pelo menos 10 horas antes da
partida, na manhã de domingo, quando cada um dos 23 jogadores da seleção
recebeu, por baixo da porta da concentração, uma carta de duas páginas.
Quem assinava o emocionante texto era o técnico Luiz Felipe Scolari,
mais motivador do que nunca, cobrando tão cedo, logo no despertar, a
vitória na decisão.
“Um dia num instante” foi o título escolhido
por Felipão, que digitou 76 linhas, fazendo citações ao produtor Walt
Disney e ao líder americano Martin Luther King. Da luta pelo sonho ao
ideal de igualdade racial, tudo virou letra na carta do treinador. Para
quem foi bom entendedor, o verbo vencer — escrito oito vezes, nas
variadas conjugações — bastou.
“Se não puder voar, corra. Se não
puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje. Mas continue em frente
de qualquer jeito”, escreveu Felipão, citando o líder negro Martin
Luther King.
Ele lembrou ainda a importância que o título teria para o futuro:
“Vencer
a Copa das Confederações possibilitará sermos vistos dentro de uma
perspectiva diferente para a disputa e conquista da Copa do Mundo em
2014”, destacou o treinador.
Antes da assinatura de Felipão, um
poético agradecimento àquela “gente que sorri, que se emociona, e que
com um simples olhar irradia vida e luz”.
A Família Scolari estava
fechada. Horas mais tarde, foi dada na bola a resposta esperada: uma
vitória com o timbre de três gols e, como remetente, o país
pentacampeão.
A história, escrita sobre a seleção espanhola sem
rascunho, foi cópia fiel da sugestão de Walt Disney citada na carta de
Felipão:
“Nossos sonhos podem se transformar em realidade se os desejarmos a ponto de correr atrás deles”.
Sem mais.
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