terça-feira, 18 de junho de 2013

Copa das Confederações: Goleado pela Nigéria, Taiti não assusta nem o Íbis, folclórico pior time do mundo

Atuando pela primeira vez em uma competição oficial fora da Oceania, o Taiti precisou de apenas 90 minutos para mostrar ao mundo o (pouco) que pode fazer. Com um futebol ingênuo e despretensioso, a seleção da Polinésia Francesa conquistou a simpatia das cerca de 20 mil pessoas que foram, ontem, ao Mineirão, mas não conseguiu evitar um massacre. Goleado pela Nigéria por 6 a 1, o “patinho feio” da Copa das Confederações perdeu o jogo, mas não o sorriso. E, de Pernambuco, recebeu o reconhecimento de quem conhece quando o assunto é mau futebol: Mauro Shampoo, ícone do Íbis, o folclórico pior time do mundo.
— Nós, pelo menos, parecíamos jogadores. O Taiti não sabe nem o que é uma bola. E essa história de trabalhar não é desculpa. Além de mim, que sou cabeleireiro, o nosso time tinha pedreiro, pintor e até delegado. Eles são os piores — disse, por telefone, Mauro Shampoo, camisa 10 e capitão da “geração de ouro” do Ibis, que atuou entre as décadas de 80 e 90.
Presa fácil durante toda a partida, o Taiti só não perdeu por um placar mais elástico porque os nigerianos tiraram o pé do acelerador. Após abrir 3 a 0, em menos de 30 minutos de jogo, os campeões africanos só acordaram no segundo tempo, quando Jonathan Tehau diminuiu a diferença e encheu de esperanças a torcida no Mineirão, simpática ao azarão.
Mas o abismo técnico era enorme e, calando os gritos de “Ih, ih, ih, seleção do Taiti”, a Nigéria mostrou que o repertório de gols ainda estava longe de acabar. Foram mais três, em um intervalo de 12 minutos, com direito a um bom número de chances perdidas. O suficiente para encorajar o Íbis a pleitear uma vaguinha na próxima edição da Copa das Confederações.
— Tenho 56 anos, jogo futebol há muito tempo, mas, ao contrário do Taiti, que venceu naquele cafundó lá (Oceania), nunca fui campeão. Título mesmo, só tenho o de eleitor, que acho que, para disputar esse campeonato, já é mais do que suficiente. Imagina o duelo entre Íbis e Taiti! Ia ser uma partida arretada. Acho que essa a gente vencia — analisou o experiente Shampoo, sonhando aumentar a marca de gols que tem na carreira: — A última e única vez que balancei a rede foi em 1980, num jogo contra a Ferroviária. O estádio do Arruda estava vazio e abri o placar. mas eles viraram para 8 a 1. Contra esse time do Taiti, tenho certeza que fazia pelo menos mais um. E, ao contrário do que fizeram no passado, quando me acusaram de estar mentindo e de o meu gol ter sido contra, dessa vez, com a casa cheia, ninguém ia poder me sacanear. Ia passar até na TV.
Enquanto o tira-teima contra o Íbis não é possível, o Taiti chega ao Rio nesta terça-feira, onde medirá forças com a Espanha, na quinta-feira, às 16h, no Maracanã. Os cariocas que se preparem, porque vem muitos gols por aí.


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