De mudança para a Arena Pernambuco e em situação ruim, alvirrubro vive clima de despedida com o estádio onde joga desde 1939.
Inaugurado em 1939, o Estádio Eládio de Barros Carvalho
foi a casa do Clube Náutico Capibaribe por mais de 70 anos. No próximo
domingo, a partir das 18h30 (de Brasília), quando o time entrar para
disputar a partida contra a Portuguesa, pela terceira rodada do
Brasileiro da Série A, estará também dando adeus ao palco das suas
principais glórias e das suas mais tristes histórias, como a famosa
"Batalha dos Aflitos". Mas, para quem faz o clube, é só mais uma etapa.
Desde 1942, o pai de Samuel Santos vendia um sorvete com
três sabores nos Aflitos (como o estádio é conhecido, por ficar nesse
bairro). Hoje, o filho assumiu e já passa os segredos da profissão para o
filho. “É triste, mas tenho esperança ainda de ir para a Arena
Pernambuco”, conta Vevete, como é conhecido o sorveteiro, que diz já ter
recebido resposta positiva para trabalhar no Centro de Treinamento
Wilson Campos.
Desde pequeno ele acompanhava o trabalho do pai e ainda
criança assistiu às glórias do time hexacampeão Pernambucano. Aos 17
anos, assumiu o posto do pai, sempre trabalhando com os sabores morango,
coco e creme e adoçando um pouco mais a vida dos torcedores
alvirrubros. Vevete é um dos símbolos de um Náutico que vai se
modificar, mas ele ainda acredita que pode conviver com a modernidade no
clube.
Sabendo da importância da despedida, a diretoria do
Náutico vai fazer homenagens a ex-jogadores que tiveram passagens
marcantes pelos Aflitos. Integrantes do time hexacampeão estadual, os
meias dos anos 60, Salomão e Ivan Brondi, estão entre os homenageados.
Outro personagem importante é o lateral-esquerdo Marinho Chagas, ídolo
em 1972, que disputou a Copa do Mundo de 1974.
Os jogadores homenageados receberão placas e os
torcedores poderão comprar camisas retrô, que lembram as utilizadas pelo
ex-atletas. Além disso, o clube também preparou uma réplica dos Aflitos
que já está à venda, nas lojas do clube.
As ações continuam após a última partida do Brasileiro, com um torneio entre sócios, jogo de despedida de Kuki e até mesmo um show, que deve ser realizado em julho. Mas as festas terão um brilho maior com uma vitória neste domingo.
As ações continuam após a última partida do Brasileiro, com um torneio entre sócios, jogo de despedida de Kuki e até mesmo um show, que deve ser realizado em julho. Mas as festas terão um brilho maior com uma vitória neste domingo.
“É o jogo de um adeus de um estádio que para muitos é
como se fosse um filho ou como se fosse a casa dele”, explica o
treinador Silas. Recém chegado ao Náutico, ele garante não ter a mínima
dúvida que a partida será a mais importante do ano para o time. Na
verdade, além do momento histórico, o time vem em crise por ter sido
derrotado pelo Grêmio na estreia e pelo Vitória na segunda rodada.
Silas tem a responsabilidade de iniciar uma virada
neste jogo que será histórico para os alvirrubros e convoca os
torcedores: “espero que todos que venham aqui domingo saibam que quem
entrou em campo respeitou a história dos Aflitos”. Com esse espírito,
mais do que uma simples vitória, o Náutico parte para tentar iniciar uma
reviravolta na partida de despedida do seu estádio.
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