terça-feira, 30 de abril de 2013

João Havelange renuncia ao cargo de presidente honorário da Fifa

Ex-presidente da Fifa, o brasileiro João Havelange, 96 anos, renunciou ao cargo de presidente honorário do órgão que rege o futebol mundial. O anúncio foi feito em meio ao escândalo de corrupção que mancha a organização por mais de uma década.
O juiz da corte de ética da Fifa, Joachim Eckert, disse, em uma resolução publicada pela Fifa nesta terça-feira, que Havelange renunciou em 18 de abril. A renúncia não havia se tornado pública até esta terça.
Eckert afastou o atual presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, de participação no escândalo de corrupção, que envolve milhões de dólares em propina em contratos da Copa do Mundo agenciados pela ISL, empresa suíça de marketing esportivo que entrou em processo de falência em 2001.
Blatter afirmou ter recebido o veredicto sobre sua própria participação “com satisfação”. No entanto, ele reconheceu que, durante os 12 anos do caso que obscureceu parte de seu mandato, provocou “um prejuízo incomensurável à reputação” da Fifa.
Havelange, que presidiu a Fifa entre 1974 e 1998, e seu ex-genro Ricardo Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foram considerados culpados “por uma conduta moral e eticamente reprovável”, conforme escreveu Eckert.
Eckert assinalou que, na época, não foi considerada crime na Suíça a atitude de Havelange, Teixeira e do paraguaio Nicolás Leoz, que recentemente renunciou à presidência da Conmebol: esses aceitaram propina entre 1992 e maio de 2000.
“Contudo, é claro que Havelange e Teixeira, como dirigentes do futebol, não deveriam ter aceitado propina e deveriam ter devolvido o dinheiro já que este estava em conexão com a exploração de direitos de mídia”, afirmou Eckert, que baseou seu julgamento em um documento investigativo de 4 mil páginas divulgado pelo procurador da Fifa, Michael J. Garcia.
Em 2011, Havelange já havia renunciado como membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), também em decorrência do caso da ISL. São atribuídos pagamentos a contas conectadas com ele e Teixeira, em um total de US$ 22 milhões recebidos entre os anos de 1992 e 2000.

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