Presidente não vai a São Januário no jogo contra o Friburguense.
Torcedor-símbolo comanda protesto e depois segue para arquibancada vazia.
A campanha de público zero fez efeito em São Januário. Somente 546
pagaram para assistir dentro do estádio à vitória por 2 a 1 do Vasco
contra o Friburguense. Na diretoria do clube, a assiduidade foi ainda
menor. Nem mesmo o presidente Roberto Dinamite apareceu. Sob ameaça de
protestos mais contundentes dos cerca de 300 torcedores de cinco
torcidas organizadas diferentes na entrada do estádio, ele foi
aconselhado a ficar em casa.
O carro do presidente vascaíno e até seguranças do mandatário estiveram
em São Januário, mas Dinamite não apareceu no clube. Nem ele nem o
diretor geral Cristiano Koehler, que não costuma assistir aos jogos no
estádio vascaíno. Para evitar qualquer tumulto, além de um pedido de
reforço para a Polícia Militar e a Guarda Municipal, que compareceram
com carros, cavalaria montada e ônibus para transporte, o clube
contratou 10 seguranças a mais. Eram 40 na partida. Um membro da
diretoria do clube revelou que havia ameaça de invasão do estádio e,
inclusive, de entrada no gramado, o que acabou não acontecendo. O
protesto foi realizado sem qualquer problema que causasse trabalho para a
polícia e à segurança.
Com as arquibancadas praticamente vazias, sobrou espaço para faixas e
mensagens de protesto contra a diretoria e até para a oposição do Vasco.
Uma delas dizia que "enquanto situação e oposição brigam, o Vasco
sofre".
Fora do estádio, houve gritos tímidos de "Volta, Eurico", no momento em
que os protestantes foram para as janelas do corredor da sala da
presidência. Do lado de fora, antes da partida, membros do grupo
político do ex-presidente ("Casaca!") se faziam presentes, com camisas
personalizadas. O grupo de Eurico Miranda nas últimas semanas promove
campanha de regularização e cadastramento de novos associados para as
eleições de 2014. Nesta segunda-feira, outros oposicionistas se reúnem
para tratar da sucessão de Dinamite.
Uma cena curiosa foi a de um torcedor que virou símbolo do clube no
tempo de conquistas, dos anos 1990. Conhecido como Mister M, o torcedor
regeu os protestos na porta do estádio até a hora de começar o jogo.
Enquanto os demais foram para o bar perto da entrada assistir à partida
no telão, o torcedor mascarado foi se isolar na arquibancada. No fim, a
primeira vitória no segundo turno, com os dois primeiros gols, na
primeira partida do técnico Paulo Autuori em São Januário. Mas os gritos
de "fora, Roberto" continuavam, dentro e fora da Colina Histórica.
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